sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Das Enfermidades do Tempo

Levantou da cama num estado patológico peculiar, irradiando uma alegria engraçada que não soube explicar se vinha dos arranjos inconsequentes das vísceras ou se se resumia num efeito da pinga. Zombou do espelho num tom desdenhoso, escarnecendo os traços, determinando sentença de que era, no fim das contas, um homem feio. Diante da conclusão automática de que havia também outros homens feios, sentiu-se pertencente de fato ao mundo cotidiano, posto que não fazia parte de seus planos o mundo glacê. Um homem rude. Descontruiu um café da manhã honesto, tropeçou nos galhos que tumultuavam seu corredor, deu de cara com a morte e a confundiu com o amor. O grito resultante foi foda. De tão poluído pela cidade, não soubemos determinar com o devido carinho e exatidão se foi uma imprecação ou um nome bonito de mulher. Todos os sentimentos muito parecidos.

O Eterno Retorno do Mesmo

Já perdi as contas dos blogs que tive e de quantas vezes parei de escrever neles. Os amigos já até fizeram chacota de que crio e mato blogs na velocidade de luz. Então é exatamente isso o que vai acontecer: criei esse blog, escreverei um pouco, e depois vou cansar e desistir dele.

Como não pago nada por isso, achei por bem usar essa gratuidade nos termos da infidelidade acima descrita. Dito isso, vamos à baixaria.